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Gestalt-Terapia, medo e modelos relacionais primários

  • Foto do escritor: fatimamoreno2010
    fatimamoreno2010
  • 21 de abr. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 4 de jan. de 2019

Parece pertinente fazer uma aproximação da Gestalt-Terapia e do Medo, com modelos relacionais do tipo de apego/contato, que uma estrutura psíquica dominada com certa facilidade com a temeridade.


Gestalt Terapia

A forma com que lidamos com o mundo vai sendo construída à medida que vamos crescendo e tomando consciência de quem somos e do que queremos. Parece válido salientar que o estabelecimento do contato funcional ou disfuncional, está intimamente ligado às figuras parentais significantes na vida de um indivíduo humano.


Um dos autores que discorreu sobre a constituição das relacionais primárias foi John Bolwby (1989). Este desenvolveu uma teoria chamada Teoria do apego, que se caracteriza por um vínculo afetivo ou ligação entre um indivíduo e uma figura de apego (comumente um cuidador). Estes laços podem ser recíprocos entre dois adultos, mas entre uma criança e um cuidador são baseados nas necessidades de segurança e proteção da criança, fundamentais para sobrevivência.


Ainda de acordo com Bowlby, o cuidado materno durante a infância de um indivíduo é primordial para alavancar o seu desenvolvimento psíquico até a idade adulta e apresentar uma base de segurança em suas relações com as pessoas e com o meio em que está inserida.


Tendo em vista uma formação pautada numa base inadequada de apego, ou a luz da Gestalt-terapia de contato disfuncional, há uma tendência das pessoas terem uma formação psíquica vulnerável a informações recebidas do meio e suas consequências, neste caso das redes sociais, sem uma avaliação prévia que amplie seu pensamento e seu julgamento frente a tais estímulos. Sendo assim, o medo pode surgir levando um sujeito a ter uma vida limitada cultural e socialmente, acorrentando este a padrões de comportamento disfuncionais por causa das limitações impostas pela sensação de insegurança.


Seguindo essa temática, podemos citar a autora Bee (1995) que em seus postulados sobre o processo de desenvolvimento infantil, descreve que este é marcado por uma graduação afetável pela quantidade e qualidade das experiências que o ser humano nessa fase estabelece. Se o saldo das experiências vivenciadas pela criança for positivo, esta conseguirá mais facilmente ajustar-se criativamente através de estratégias para manejar as diferentes situações demandadas. Contudo, quando não são propiciadas relações saudáveis e que transmitam segurança, a interação dessa criança e posteriormente desse adulto com o meio, pode ter as trocas limitadas e estruturas psíquicas fragilizadas, pouco flexíveis com pensamento rígidos e medos introjetados.


Como definição de forma de apego podemos citar Bowlby quando este escreve que: “Qualquer forma de comportamento que resulta em uma pessoa alcançar e manter proximidade com algum outro indivíduo considerado mais apto para lidar com o mundo” (Bowlby, 1989, p.38).


Apego é um tipo de vínculo no qual o senso de segurança de alguém está estreitamente ligado à figura de apego. No relacionamento com a figura de apego, a segurança e o conforto experimentados na sua presença permitem que seja usado como uma “base segura”, a partir da qual poderá se explorar o resto do mundo (Bowlby, 1979/1997).

Imaginemos uma situação onde haja a divulgação de um assunto, que gere medo através das redes sociais, e neste podemos identificar que um adulto dependendo da estrutura de segurança introjetada na sua infância, poderá explorar o meio com o seu próprio suporte e entender as nuances das informações recebidas. Não obstante, quando não há uma base segura constituída, o adulto tende a experimentar insegurança/medo, sendo assim, o contato social e afetivo sofrem prejuízos.


Podemos perceber que o vínculo que é estabelecido nas relações primárias trazem influência positiva para criança, assim como para o adulto que essa criança se tornará, de como ele verá o mundo e o meio que estará inserido. O tipo de contato que é vivenciado na infância influenciará na maneira de ser e agir diante das demandas da vida, conforme Borsa (2006, p.314) ao citar Klaus, Kennel & Klaus (2000, p.167):


“Investimento emocional dos pais com seus filhos. É uma experiência significativa e prazerosa. Ao mesmo tempo outro elo, geralmente chamado de “apego”, desenvolve-se nas crianças em relação a seus pais e a outras pessoas que ajudem a cuidar delas. E a partir dessa conexão emocional que os bebês podem começar a desenvolver um sentido do que eles são, e a partir do que uma criança pode evoluir e ser capaz de aventurar-se no mundo.”

Sendo assim, podemos supor que uma das variáveis que balizam a estrutura da personalidade, é a forma como se constitui o vínculo de apego na infância para os teóricos da Teoria do Apego, e o tipo de Contato para os teóricos da Gestalt-terapia. E estes, acompanharão o adulto na sua interação e assimilação das situações vivenciadas no meio. As redes sociais são meros instrumentos que podem ampliar as fronteiras das relações humanas, mas não podemos deixar de lado a análise crítica sobre o que é veiculado.


Fatima Moreno

Parte de trabalho acadêmico apresentado ao IGSP

Caso alguém tenha interesse do assunto na integra, favor solicitar através do contato.

 
 
 

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